domingo, 8 de novembro de 2009

Cálice

Foi tu que me trouxeste esse tão belo cálice
Que em momento nenhum eu pedi para ser afastado de mim

Não, eu não nego.
Eu me entrego e entregarei, se assim tu desejardes.

Eu serei tua, se os ventos deixarem,
Eu serei somente tua.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cata- vento

A menina sente a grama abaixo de seus pés, e com ela vem toda a sensação que não sai da sua cabeça; sente-se limpa, pura, cheia de flores e cheiros, e ao mesmo tempo vazia, ocupada por uma imensa saudade, corrosiva e intensa. Farta-se das paredes, a menina quer mais, quer mais espaço, mais ar, quer um cata-vento a girar só para si, e que ele tenha a capacidade de girar com sentimentos, e não só com vento.
A menina sonha, sonha tanto que se farta de não ter. Cansa-se da falta do material, da ausência tão dura, tão seca. A menina quer o molhado, o úmido, o cheio de fluidos, e com os fluidos que venham os doces,os agradáveis, os melhores sentimentos. Mas enche-se de vento, de brisa leve e solta, como o vento que dança com sua saia. E o vento farta-se de si, por habitar aquele corpo tão incauto, e não possuir aquela mente tão impenetrável. E a mente torna-se cada vez mais forte, a fortaleza de seu corpo está na mente, e nos sentimentos que nela estão. São os sentimentos da menina que a fazem ser o que é, a menina dos pensares demais. E eus pensares movem-se como o vento, rápido, não doce ventina, e sim tufão, passam levando tudo que não é firme e voltam à dona como num giro, como o tão desejado cata-vento.