segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Andando por essa cidade de solares e luares só uma idéia persiste em não sair da cabeça da menina.Passeia pela Antiga,e as cores e formas velhas lembram tardes- quase noites- de passeios infindos e desvairados, onde na cabeça só uma coisa passava.Corre pelos becos e esquinas iguais-incrivelmente iguais- tentando decifrar , ou melhor, ao menos decodificar aquela teia confusa e condensada da mesma idéia a passear. Pelos bares, aqueles do cais,as cervejas rodavam bandejas, geladas e apetitosas,mas não para a menina, que continuava com apenas um pensar, que por essas horas, além de apenas sinapses e impulsos, já tinha virado desejo, tão forte e tão latente que já transformava a aparência e o humor.

Descaradamente andava a procurar, parava em algumas casas, à procura de lembranças vagas,jamais mais fortes que as que repousavam-nesse momento- em sua mente, arrodeava pelos cantos, corria pelas estradas, corria,corria, mas a cabeça não esvaziava, se quer amenizava. Creio que não devo me intrometer , mas acho que a menina descobriu a saudade.

No café que tomava insaciavelmente, cada pedacinho do pó moído entrava na sua garganta como a mais potente droga, mais uma vez os pensamentos e as lembranças que aquele gesto cotidiano a traziam, inebriavam e torpeciam a cabeça, e as pernas da menina.
Que coisa!
(...)

Um comentário:

Augusto Bortolini disse...

"Sou soluço inquietante se suspiro o seu teor vasto e melodioso."



De mim para ti, tenha certeza.



Quanto à poesia,
Deitou-me sobre uma outra saudade aguerrida.