domingo, 22 de janeiro de 2012

- Colorear.

Como se prende alguém sem correntes e sem amarras ? Sem laços efetivos e sem afagos ?
Como se enlaça sentimentos sem corpos e sem taras ? Sem fitas visíveis e sem contato ?

Existem idéias amanhecentes na cabeça da menina. Sóis nascentes de sinapses incrivelmente rápidas. Lapsos. Amarelos alaranjados gritantes de calor e fervura, raios acalentadores e um intenso e pertinente sono matinal.
Não havia dormido naquela madrugada, a Lua roubara-a de si e devolvera apenas inúmeros pensares tolos e tortos, mas não a menina-essência, não aquela captável somente pelo pensamento, não o cheiro, o aroma, o olor.
Movia-se sinuosamente pelos lençóis estampados e inquietantes, conseguia sentir-se parte daquelas tramas de algodão-suor, mas não concentrava-se em nada fixo, senão nas interrogações dançantes coloridamente irritantes.


' You keep me without chains. '

2 comentários:

Anônimo disse...

Lembrei, enquanto lia teu texto, de alguém que me disse um dia desses sobre como gostava da sensação de estar bêbado (ou quase bêbado - por que, se me lembro bem, o sujeito não era dos meus, isto é, daqueles para quem pouca embriaguez não é embriaguez).

A reminiscência (que, por sinal, é uma palavra que muito me apraz) me fez pensar que é quase dessa mesma forma que nos sentimos quando nos apaixonamos. É o que se sente, eu acho, quando se escreve por prazer. É o prazer. É ele que, na essência de tudo, dá sentido à vida.

Engraçado (e irônico) como estou me utilizando de tantas palavras (algumas até bem pomposas) para um tanto que justificar e exprimir algo tão primitivo, instintivo e irracional. Talvez seja, por hora, tudo o que este meio me permite. Qualquer dia a gente toma umas e conversa melhor sobre isso.

Obrigado por lembrar de mim.

Com muito carinho,
Matheus.

Marília Gabriela disse...

Minha Glaycianny sempre toda corpo e alma!!!! *-*