quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sobre o vento.

A menina passou agora a divagar sobre o vento e sobre o ventar. Passa como quem arqueia flechas, contrária àquele vento-menino que por tanto já ventou em si. Respira um vento Oyá e carrega-se de força e vida.

Ah! O vento! Não há sensação melhor - ou há, mas agora, em sua mente, não - do que ser tocada pelo vento. O vento que afaga, arrepia e amarga. Até seu amargor é doce. O vento que ouriça e que desalinha os cabelos, mas não só eles. O vento que mais ventou naquele aberto Abril, mesmo a contragosto, no fogo que era a menina. Mas o mesmo vento que apaga é o que atiça, e o vento que acalma é o que desapodera. Porque o vento o é, desassossego e calma.


E se pergunta - incrédula, mesmo antevendo o que se passa em redemoinhos ventados por seu infindo pensar - quem pode segurar um vento?

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