sábado, 12 de julho de 2014

Sobre viões - dos grandes!



E a menina pensava sobre doçura e sobre inocência. Percorria pensares voadores, pensares de vião. De vião grandão.

E fugia, nas nuvens-construções que eram cortadas por aquele monstro macerador de comportamentos. O que seria aquele conjunto de turbinas e engrenagens? Rodopiava com os neurônios das pobres almas que se utilizavam dos seus serviços, redondamente, rapidamente, rotatoriamente. Ou engrenava-se em seus pensares, modificando-os e chateando as feições dos cachinhos - ah! Se fosse só questão de expressões faciais! A questão ali era de dentro, entranhada, e escondida, ou não.

Aquela coisa seria, possivelmente, um usurpador de jeitos. Uma vez subidas aquelas escadas, ai! As escadas! Tão cinzas e inclinadas! As condutoras do caos. Passados os retângulos sucessivos não havia mais volta. Não volta mais a que foi. E deu adeus baixinho, num sibilo, quase um choro, àquela que não veria mais. E pensou: eu poderia ter dito o quanto me valia a permanência, a não mudança, o contínuo. Mas era só um vião, um vião grandão. E viões grandões não mudam ninguém, eles só levam. Trazer-se de volta, pra onde e pra quem, é questão de querer. E ela não queria.

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